A presente classificação reporta-se aos vestígios de um povoado fortificado edificado durante a Proto-história, e ocupado ao longo do I século d. C., com continuidade ocupacional observada já durante o período medieval. Localizado num outeiro sobranceiro à Ribeira da Camba, este povoado possui uma área intramuros de cerca de 20 ha, encontrando-se defendido por quatro linhas de muralhas, cuja espessura máxima atinge cerca de 3,5 m junto às portas, às quais davam acesso rampas executadas com blocos de granito. Com paredes autoportantes, estas linhas foram erguidas com silhares graníticos assentes em seco, em aparelho poligonal, compostas por dois paramentos paralelos preenchidos com pedra miúda. Na zona intramuros observa-se uma estruturação do povoado através de um arruamento pavimentado com lajes graníticas orientado no sentido N.-S. e arruamentos distribuídos transversalmente. As estruturas encontradas apresentam planta predominantemente circular, possuindo algumas delas o respectivo vestíbulo de planta quadrangular. Diversas destas construções formam uma realidade que certos autores pretendem identificar como verdadeiros "quarteirões". É na plataforma superior deste povoado que se pode observar um recinto muralhado sem quaisquer vestígios construtivos, provavelmente utilizado para fins públicos e comunitários. Nas imediações da muralha superior e do arruamento principal foi detectada uma estrutura que alguns investigadores pretendem associar a um templo, composto por cella de planta quadrangular assente num podium com átrio lajeado. É, por sua vez, junto á plataforma exterior da terceira linha de muralhas que se observam os alicerces de uma eventual estrutura funerária, com características que parecem identificá-la como mausoléu, como parece apontar a presença, no seu interior, e de forma centralizada, de uma cavidade rectangular, bem como de alguns fragmentos de colunas e esculturas encontrados nas imediações desta edificação. Foi, ainda, detectada uma necrópole, de inumação, no exterior da quarta linha de muralhas, composta por recintos sepulcrais delineados mediante a colocação de pedras de pequenas dimensões, e cobertos por ardósias. No que respeita ao espólio móvel encontrado durante as sucessivas campanhas arqueológicas realizadas neste povoado, ele é essencialmente constituído por diversos fragmentos de cerâmica comum, tanto da Idade do Ferro, como do período da presença romana, da denominada cerâmica de importação, recipientes em vidro e mós manuais, para além de moedas, artefactos metálicos - dos quais se salientam algumas ferramentas, alfaias agrícolas e armas -, bem como variados elementos de adorno, fíbulas em bronze e jóias em prata, e elementos associados a estátuas graníticas e a três aras. Está classificado como Imóvel de Interesse Público e é dos lugares mais bonitos de Penafiel. Muitas pessoas de Penafiel ainda não foi ao Monte Mozinho, mas é um sítio de passagem obrigatória.
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